Ingênuo

 

Nosso amor foi só uma estupidez total.  
Um passo mais além do bem, do mau
Foi um tormento de dor uma história de terror.
O sonho rosa escureceu palavras sem valor... 

Estava voltando com o Apolo e Annia de uma festa. Eu e Annia estávamos sóbrios, mais o Apolo tinha bebido algumas. Assim que chegamos ao nosso andar, Annia logo entrou em casa e o Apolo e Eu ficamos no corredor conversando.

Meu irmão estava meio lesado. Ele se encontrava com o braço por cima do meu ombro falando um monte de besteiras bem perto do meu ouvido me fazendo rir. Ele não era aquele tipo de bêbado que se torna um mala, ele fica meio idiota, rindo de tudo e mais, se torna super carinhoso.

Eu sempre o desejei e tentei resistir o maximo possível. Mais agora meus instintos estavam me fazendo querê-lo mais ainda.

Em um pulso me aproximei de Apolo inclinando meu corpo para frente e encostando meus lábios nos seus. Minha boca se abria apressadamente querendo prová-lo. Coloquei minha língua dentro de sua boca, procurando explorar cada pedacinho daquela cavidade.

Em menos de três segundos, senti meu corpo ser empurrado ao chão e fui fitado pelo ódio que consumia seu olhar sobre mim. Meu irmão entrou enfurecido em casa me deixando ali no corredor escuro do prédio. Isto não podia estar acontecendo. Fui Ingênuo. Havia perdido a cabeça completamente. Como podia ter beijado meu irmão em plena madrugada na porta da minha casa? Estava louco, não aquentava mais lutar com esses sentimentos que me matavam, mais isso não podia ter acontecido desta maneira.

Sei que fui, ingênua eu estava pintando borboletas no meu céu
e hoje estou tremendo sobre o chão. Fui ingênua e te tornei, meu ar
Hoje a vida é um deserto por te amar de coração aberto.

 

Alguns minutos depois entrei em casa e corri para meu quarto. Deitei na minha cama e logo as lágrimas vieram. Eu havia estragado nossa amizade e quebrado o que mais prezava a descrição. Eu sempre desejei aquele momento, mais não esperava que acontecesse assim e pior que termina se da maneira que terminou. O medo começava a invadir meu pensamento. Medo de perdê-lo, medo de como as coisas iriam ficar, sabia que ele não tinha gostado, mais não sabia qual realmente sua reação. Sei que ele não estava sóbrio, afinal estávamos chegando de uma festa e havia bebido muito. Arrisquei-me, mais o arrependimento veio imediatamente. Sem demora, minha mãe bateu na porta de meu quarto perguntando se estava tudo bem. Menti. Logo voltei a chorar e deixei todas as lágrimas saírem do meu corpo e tentarem lavar minha alma. Pensei em ir lá nele e pedir perdão, mais não conseguia.

Sentia-me perdido com os meus próprios sentimentos, talvez por falta de controle ou talvez por falta de verdade. Precisei aprender a ignorar a raiva, o ódio e o vazio que sentia quando estava perdendo uma luta. Deixei de ser subjetivo e passei a acreditar nas minhas palavras e nos meus sonhos, descobri que a verdade pertence a todos, que ninguém pode ser inapto das suas atitudes. Eu não estava magoado, por ele não ter retribuído meu beijo, nem por sua estupidez ao me jogar no chão. Mais por eu ter sido tão tolo, por ter cometido esse feito.

Eu tentarei reconstruir, a paz queimar teus beijos, 
não olhar pra trás
Ti dei o oxigênio e voz, Criei um mundo para dois  
me fez confiar só em você
E depois me diz adeus... 

Não existe alguém que vive de razões, as pessoas são feitas de erros, mais também de reparos e ter a oportunidade de mudar ou recomeçar é simplesmente uma grande chance de ajustar os nossos maiores pecados. O difícil é enxergar isso, quando seu céu esta cinza. 

Esse é o relato do meu primeiro beijo com outro garoto. *-* 

Ps:. O Título dessa postagem e alguns trechos fazem jus á Música Ingênua da Dulce María. Vejam  o clip ai em baixo:.

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